SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O adolescente que matou quatro pessoas em um ataque a tiros em uma escola em Winder, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, na quarta-feira (4) tinha sido acusado de publicar ameaças online um ano atrás e pesquisou intensamente outros massacres.
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Parte dessas informações consta em um relatório do Escritório do Xerife do Condado de Jackson ao qual diversos veículos de imprensa americanos tiveram acesso -o atentado da quarta ocorreu no condado vizinho, Barrow.
Segundo o documento, assinado pelo investigador Daniel Miller Jr., o adolescente foi interrogado por agentes em maio de 2023, depois que estes receberam um aviso do FBI, a polícia federal americana, de que um usuário cujo endereço de email estava associado ao jovem tinha publicado uma mensagem no Discord em que ameaçava atacar uma escola.
Além do atirador, que tinha 13 anos, seu pai também foi questionado na ocasião. O adolescente negou ser autor da publicação no Discord, e disse que nunca diria aquilo, nem mesmo brincando. Ainda afirmou que tinha deletado a sua conta na plataforma porque ela tinha sido hackeada diversas vezes e que tinha medo de que alguém estivesse usando suas informações para fazer o mal.
Já seu pai disse que tinha armas de caça, mas que o filho não tinha acesso livre a elas, e só podia manuseá-las quando o pai estava presente.
A denúncia que o FBI enviou para o escritório do xerife ainda incluía imagens do perfil do usuário que fez as ameaças. Seu nome, escrito em cirílico, virava “Lanza” quando transliterado para o alfabeto latino -Adam Lanza é o nome do atirador que matou 20 alunos e seis funcionários da escola Sandy Hook, em Newtown, no estado de Massachusetts, em 2012.
No final, o caso contra o atirador de Winder foi arquivado pela polícia porque não havia evidências suficientes de que o adolescente era o usuário da conta que publicou as ameaças. Desse modo, “não existia causa provável para prisão ou qualquer outra ação policial nos níveis local, estadual ou federal”, diz um comunicado conjunto do FBI em Atlanta com o Escritório do Xerife do Condado de Jackson.
A referência a Lanza não é o único indício da curiosidade do atirador em relação a outros massacres em escolas. De acordo com o The New York Times, a polícia encontrou evidências de que o adolescente pesquisou episódios como esses ao conduzir uma busca no quarto dele na quarta. Ele aparentemente tinha um interesse especial por um ataque a uma escola em Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos em 2018.
O jornal americano ainda afirma que o pai do atirador possuía ou já tinha possuído o mesmo modelo da arma utilizada pelo adolescente no atentado desta quarta, uma AR-15.
Em agosto de 2022, quando a família foi despejada da casa em que morava, no condado de Jackson, o equipamento foi listado entre as diversas armas de fogo encontradas em um armário da casa e depois devolvidas ao pai.
Assim como o atirador, os mortos no ataque da quarta também tiveram suas identidades divulgadas nesta quinta (5). Enquanto os estudantes, ambos de 14 anos, eram Mason Schermerhorn e Christian Angulo, os professores eram Richard Aspinwall, de 39 anos, e Christina Irimie, 53.
Outros oito alunos e um professor feridos no incidente continuam internados no hospital.