Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Controladoria-Geral da União desarticulou hoje um esquema de desvio de recursos públicos destinados à alimentação de funcionários e pacientes do Hospital das Clínicas de Campina Grande. A ação, batizada de “Operação Marasmo”, cumpriu oito mandados de busca e apreensão na cidade e bloqueou R$ 3,2 milhões em bens dos envolvidos.
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Segundo as investigações, a empresa Is Ristro Gastronomia LTDA, que fornecia diversas refeições ao hospital, como almoço, jantar, lanches e café da manhã, foi contratada de forma irregular, sem licitação ou com dispensas indevidas, entre 2022 e agosto deste ano. Os contratos somaram mais de R$ 8 milhões e apresentavam preços superfaturados em relação aos praticados no mercado.
O Blog teve acesso a dois contratos firmados pela empresa com o hospital, que mostram a variação dos valores e dos cardápios das refeições. Em um contrato assinado em dezembro de 2020, o almoço (tipo quentinha) custava R$ 25,90, o café da manhã R$ 12,00 e o jantar R$ 23,00. Em outro contrato anterior, de maio de 2020, o almoço saía por R$ 17,79, o café da manhã por R$ 8,20 e o jantar por R$ 13,99.
A 4ª Vara Federal de Campina Grande determinou o bloqueio dos bens dos investigados para garantir o ressarcimento dos danos causados aos cofres públicos. A operação contou com a participação de 32 policiais federais e seis auditores da CGU. Os suspeitos podem responder por crimes como peculato, fraude à licitação e associação criminosa.