Quase 18 milhões já votaram antecipadamente ou por correio nos Estados Unidos

Anderson Souza

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – A eleição nos Estados Unidos ocorre oficialmente daqui a duas semanas, em 5 de novembro, mas 17,8 milhões de americanos já votaram, de acordo com monitoramento feito pela Universidade da Flórida. Isso porque existe a possibilidade de votar antecipadamente ou por correio no país.

 

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O número é pouco mais da metade do observado a essa mesma altura da disputa em 2020, mas aquela eleição foi atípica em razão da Covid-19.

Uma mudança que os dados já mostram é que mais republicanos estão optando por antecipar o voto, reduzindo a vantagem de democratas nessa modalidade.

Os votos ainda não foram contados, algo que pela legislação eleitoral só pode ser feito depois do encerramento da votação no dia 5, mas é possível observar essa diferença entre partidos porque em muitos estados americanos os eleitores se registram como filiados a uma ou outra legenda.

Considerando os estados em que é possível identificar a filiação partidária do eleitor (o que corresponde a 9,1 milhão dos 17,8 milhões de votos já recebidos), 44,8% foram de democratas e 33,5% de republicanos. Os 21,8% restantes são de outras filiações ou nenhuma.

As campanhas de Kamala Harris e Donald Trump usam esses dados para analisar o engajamento de suas bases e entender onde precisam investir mais em incentivos para seus eleitores votarem -o voto não é obrigatório nos EUA.

Em uma eleição extremamente apertada e com um número extremamente pequeno de indecisos, cada lado precisa garantir o máximo de participação possível dos seus eleitores.

Michael McDonald, coordenador do monitor da Universidade da Flórida, porém, recomenda cautela na leitura dos dados. Para ele, o engajamento maior de republicanos agora, em comparação com pleitos anteriores, tem mais a ver com a popularização da preferência por antecipar o voto do que uma empolgação maior desses eleitores, disse ao Wall Street Journal.

A votação antecipada já ocorre em todos os sete estados decisivos para a eleição deste ano. Na Pensilvânia, visto como o mais importante para o resultado, quase 1 milhão de pessoas votaram. Desses, 63% são democratas.

Em Wisconsin foram 326 mil e em Michigan, 1 milhão. Não dá dados por filiação partidária para eles.

No Cinturão do Sol, republicanos aparecem à frente de democratas no Arizona (43% dos 400 mil que já votaram) e quase empatados em Nevada (37% contra 38,4%, de um total de 187 mil votos).

A Geórgia e a Carolina do Norte, dois estados cuja participação poderia ser mais baixa em razão dos estragos causados pelo furacão Helene, mostram até agora que este temor não se confirmou. Ambos registraram recorde de votos antecipados neste ano, mesmo em comparação com 2020.

Na Geórgia, 1,7 milhão já votaram (não há dados por partido). Na Carolina do Norte, foram 1,4 milhão, dos quais 35% são democratas, 33,6%, republicanos, e 31,4%, outros.

As duas campanhas investem em estratégias para animar os eleitores. A de Trump, por exemplo, iniciou uma turnê de ônibus pela Pensilvânia na segunda. O trajeto pelo estado acaba na sexta. Participam, entre outros, a senadora Joni Ernst e o deputado Byron Donalds.

Democratas, por sua vez, estão aproveitando a retomada do Eras Tour, a turnê de Taylor Swift -que endossou Kamala no mês passado-, para lançar uma campanha mirando eleitores jovens. O esforço envolve filtros no aplicativo Snapchat e propagandas voltadas aos “swifties” na Flórida, onde a turnê começou, e nos estados decisivos.

Segundo o Pew Research Center, 246 milhões de americanos podem votar no pleito deste ano. Mas, como a participação é opcional, o número daqueles que de fato votam é sempre menor. Por isso, uma das prioridades das campanhas é levar seus eleitores às urnas.

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