O vulcão Cumbre Vieja, localizado nas Ilhas Canárias, entrou em erupção no último dia 19 de setembro. Apesar dos danos na Ilha de La Palma, incluindo mais de 400 casas destruídas e dezenas de quilômetros encobertos de lava, a atividade vulcânica não provocou nenhuma morte e segue sob constante monitoramento. Em nova imagem obtida pelo satélite LandSat 8, da NASA, é possível observar em detalhes os fluxos de lava escorrendo pela costa leste em direção ao Oceano Atlântico.
Siga nosso Instagram @blogdoandersonsouza
Graças ao Operation Land Imager (OLI) a bordo do LandSat 8, a imagem revela as cores naturais da lava fluindo pelas comunidades de El Paraíso e Todoque no último dia 26 de setembro. Como parte desse fluxo resfriou, ele aparece como uma crosta escurecida na superfície da ilha. Ainda, o OLI permitiu visualizar a atividade vulcânica através do infravermelho, indicando as partes mais quentes do fluxo.
Em nota, a NASA explicou que muitas das características retangulares brancas observadas nas imagens são estufas, enquanto as áreas em verde escuro são as plantações ao longo da costa de La Palma. “A pluma vulcânica fluindo em direção ao nordeste contém uma mistura de cinzas, dióxido de enxofre e outros gases vulcânicos”, acrescentou o comunicado.
Embora a atividade vulcânica tenha diminuído bastante nas primeiras horas da última segunda-feira (27), o Cumbre Vieja voltou a expelir lava e fumaça no final do mesmo dia. Segundo os especialistas do Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias (INVOLCAN), a erupção ainda pode durar por semanas ou até mesmo meses. A atenção agora segue voltada para o encontro da lava quente com o oceano, pois pode desencadear uma explosão de nuvens de gás de cloro, o que pode oferecer risco à região.
Esta é a primeira vez que o Cumbre Vieja entra em erupção desde 1971, mas a atividade vulcânica mais recente nas Ihas Canárias aconteceu em 2011, quando um respiradouro subaquático próximo à ilha El Hierro “ganhou vida”.
O legado do LandSat
Desde que o primeiro satélite LandSat foi lançado à órbita em julho de 1972, o programa da NASA revolucionou nossa compreensão sobre a Terra ao estabelecer, pela primeira vez, um registro contínuo da superfície do nosso planeta. Em mais de 50 anos de trabalho, o material obtido permitir analisar e comparar as mudanças provocadas por ações humanas e naturais na superfície terrestre.
O programa LandSat já produziu mais de 9 milhões de imagens, usadas como fonte em mais de 18.000 pesquisas científicas. Os sensores dos satélites possuem uma resolução espacial moderada ” ou seja, não é possível detalhar, por exemplo, construções na superfície terrestre. No entanto, eles permitem visualizar mudanças em grande escala, como o derretimento das geleiras ou o desmatamento de florestas.
Para dar continuidade a este importante trabalho, a NASA lançou no último dia 27 de setembro o 9º satélite do programa, o LandSat 9, enviado a bordo do foguete Atlas V. O novo equipamento poderá operar por até 15 anos e entrará em operação em janeiro de 2022. Junto ao LandSat 8 ” usado nas imagens do Cumbre Vieja “, ele fornecerá imagens completas da Terra a cada 16 dias.
Com ClickPB