Fiocruz recomenda lockdown na Paraíba e demais estados por 14 dias

Anderson Souza

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A Fundação alerta que unidades da Federação com alta taxa de ocupação de leitos de UTI precisam adotar “medidas urgentes de bloqueio para conter a crise sanitária”.

O nível crítico de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 em 25 estados e no Distrito Federal fez a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendar a essas unidades da Federação a adoção de medidas urgentes de bloqueio para conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde, como lockdown e toque de recolher.

Um boletim sobre a doença elaborado por pesquisadores da Fiocruz e divulgado nesta terça-feira (23) alerta que, à exceção de Amazonas e Roraima, todos os outros entes federativos estão com mais de 80{65e92a32c7f9b25590cc2d61e04253d32060d95fb1e6b1b3851973306b5da30d} dos leitos ocupados. Os números mais alarmantes são os das regiões Sul e Centro-Oeste, em que todos os estados e o Distrito Federal estão com taxas superiores a 96{65e92a32c7f9b25590cc2d61e04253d32060d95fb1e6b1b3851973306b5da30d}.

No Mato Grosso do Sul, em especial, o valor é de 106{65e92a32c7f9b25590cc2d61e04253d32060d95fb1e6b1b3851973306b5da30d}. Segundo a Fiocruz, isso indica o uso de leitos não habilitados para covid-19 no atendimento da demanda imposta ao sistema de saúde pela enfermidade.

Os números elevados, de acordo com os pesquisadores, “retratam o colapso do sistema de saúde para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para a covid-19, além de prejuízos imensuráveis no atendimento de pacientes que demandam cuidados em razão de outros problemas de saúde”.

Boletim da Fiocruz que pede restrição de atividades por 14 dias tem como destaque o
Boletim da Fiocruz que pede restrição de atividades por 14 dias tem como destaque o “colapso do sistema de saúde” ” Foto: Reprodução

Os cientistas ressaltam que “medidas rigorosas para o controle e prevenção da doença, que começam a ser adotadas no país, são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, mitigando efeitos sobre o sistema de saúde e, especialmente, poupando vidas”.

“Neste momento de crise é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítica, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI covid-19”, diz o documento da Fiocruz.

Alternativas

A instituição pede a adoção de medidas de bloqueio ou lockdown, com restrição das atividades não essenciais por cerca de 14 dias. Segundo a Fiocruz, esse é o tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos e redução das pressões sobre o sistema de saúde.

A Fiocruz defende um toque de recolher em todo país a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana, o fechamento de praias e bares, a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação e a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público, quanto no privado.

Outra sugestão da Fiocruz é a ampliação da disponibilidade e do uso de máscaras. A fundação defende que pelo menos 80{65e92a32c7f9b25590cc2d61e04253d32060d95fb1e6b1b3851973306b5da30d} da população utilize o equipamento de proteção.

“Campanhas de distribuição gratuita de máscaras de pano multicamadas em áreas e pontos de maior concentração populacional e baixo percentual de uso, combinadas com campanhas governamentais e não governamentais sobre sua importância e modo correto de utilização devem fazer parte desta estratégia.”

“Ausência de articulação”

No documento, os pesquisadores da Fiocruz lamentam “a ausência de articulação, integração e coordenação” entre governos municipais, estaduais e federal na adoção de medidas de distanciamento físico e social como estratégia para combater o novo coronavírus.

“Estas medidas deveriam ser mantidas até que tivéssemos a vacinação da maior parte da população e tinham como objetivos a preservação da vida e não exceder as capacidades instaladas dos serviços de cuidados intensivos.”

Com Correio Braziliense

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